Emocionante. Espectacular. Intenso. Estes podem ser três dos adjectivos que caracterizam a edição de 2025 do Rali de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão. A quinta prova pontuável para o Campeonato de Portugal de Ralis, primeira da fase de asfalto, foi palco de confrontos apertados e, no final, Kris Meeke e Stuart Loudon (Toyota) foram quem levantou os braços mais alto para celebrar o triunfo. Daniel Sordo e Candido Carrera (Hyundai) deram réplica aos ingleses mas tiveram de se contentar com o segundo posto, enquanto Armindo Araújo e Luís Ramalho, que estrearam um novo Skoda em Castelo Branco, fecharam a sua participação no último lugar do pódio.

A luta pelo primeiro lugar acabou por ter como protagonistas Kris Meeke e Daniel Sordo. Os representantes da Toyota e da Hyundai ocuparam sempre as duas primeiras posições e registaram o melhor tempo em todas as especiais da ronda organizada pela Escuderia Castelo Branco com vantagem para o britânico que venceu seis dos oito troços do dia.

No último dia de competição, Sordo entrou para a primeira classificativa no comando da classificação geral. Mas a vantagem era muito reduzida. Eram 0,3 segundos que o separavam de Meeke. Este entrou com um ritmo mais forte e, logo em Vila Velha de Ródão 1, ganhou tempo suficiente para saltar para o comando. A partir daí, Sordo ainda conseguiu, aqui e ali, ser mais forte que o seu principal adversário, mas o inglês não mais largou a primeira posição que lhe valeu a segunda vitória em Castelo Branco, depois de ter vencido em 2023.

Se a discussão pela vitória teve contornos de thriller, a luta pelo último lugar do pódio foi ainda mais espectacular. Depois de, na etapa inaugural, José Pedro Fontes e Armindo Araújo terem terminado o dia quase empatados, com vantagem para o piloto da Citroën por 0,1 segundos, na derradeira jornada, a história foi ligeiramente diferente.

Araújo entrou para o primeiro troço do dia à procura do pódio e destronou o seu adversário. Contudo, não foi capaz de manter esse estatuto por muito tempo. Na classificativa seguinte, Fratel, deu um toque com o Skoda, danificou a frente esquerda do carro e perdeu quase dez segundos para Fontes. O percalço não o impediu de voltar à carga e, sem danos de maior no Fabia, ganhou tempo suficiente para regressar, em definitivo, ao terceiro posto após a conclusão do 11º troço do rali.

“Esta vitória, em comparação com a de 2023, foi mais difícil. Quando o Dani Sordo está aqui, torna-se mais complicado. Ele é um dos melhores pilotos de asfalto no mundo. Nós sabemos quantos pódios terminou logo atrás do Sébastien Loeb neste tipo de piso. Eu tive de andar no meu limite máximo durante todo o fim‑de‑semana para me manter na frente. Quando lutamos assim por décimos de segundo em especiais tão rápidas, é um prazer enorme. Tenho de agradecer ao Dani por me desafiar e levar a dar o máximo. Alguém tem de ganhar, outros perdem, mas o prazer é muito grande”, afirmou o vencedor no final do Rali de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão.

Sordo, por sua vez, não escondia a tristeza por não ter conseguido bater Meeke, enquanto Armindo Araújo, alcançou os objectivos que tinha definido. “O balanço é extremamente positivo para nós. Sabemos das contingências que temos de lutar com estes grandes pilotos. O nosso objectivo passa por, efectivamente, sermos os melhores portugueses. Mas foi um rali de altos e baixos.  Ontem cometi um erro na super-especial. Hoje cometi outro erro de manhã. Dei um toque com o carro e ficámos presos num rail. Foi um rali em que procurámos estabilizar a posição. Caímos. Tivemos de recuperar duas vezes. Fazê-lo num rali sprint é muito difícil e coloca-nos muita pressão. De tarde, tive de dar um extra para recuperar tempo ao José Pedro Fontes. Tivemos de andar com um ritmo diferente mas, no final, alcançámos mini vitórias saborosas.”

Pedro Almeida e António Costa (Skoda) acabaram por ainda recuperar na classificação e fecharam a sua participação no quinto posto. Depois de um toque que lhes valeu um furo na roda dianteira esquerda do carro da marca checa, a dupla nortenha recuperou duas posições para fechar o top-five. Almeida fê-lo às custas de Ricardo Teodósio (Toyota), que fechou em sexto, e de Hugo Lopes (Hyundai) que acabou na sétima posição. Rúben Rodrigues (Toyota) estreou-se numa prova de asfalto do Campeonato de Portugal de Ralis no oitavo posto, enquanto João Barros (Volkswagen), que foi nono, e Adruzilo Lopes (Mitsubishi), que foi décimo, completaram o lote dos dez melhores.

Sousa bate Moniz e vence nas duas rodas motrizes

Se a luta pela vitória na classificação geral foi cheia de emoção, entre os concorrentes com carros de duas rodas motrizes o confronto pelo primeiro lugar foi ainda mais vivo. Ricardo Sousa e Luís Marques (Peugeot) protagonizaram um grande duelo com Henrique Moniz e Jorge Diniz, com vantagem para os líderes do Campeonato de Portugal de Ralis 2RM. Com este trunfo, Sousa sai de Castelo Branco ainda mais líder.

Guilherme Meireles (Peugeot), por sua vez, chegou à Beira Baixa no segundo lugar do campeonato, mas acabou por se atrasar bastante quando não evitou uma saída de pista e um toque com o carro numa barreira. Conseguiu continuar, mas o tempo perdido relegou-o para o nono lugar no final da primeira etapa. No segundo dia, venceu quatro dos oito troços do dia, mas subiu apenas uma posição.

Entre os pilotos júniores, Danny Carreira levou a melhor com uma vantagem de quase dois minutos para o segundo classificado, Guilherme Meireles.

No Campeonato Promo, não houve, sequer, discussão com a vitória de Adruzilo Lopes assente numa vantagem superior a 3m30s para o mais directo dos adversários. Nos Masters, o desempenho de Paulo Neto foi ainda mais predominante, enquanto no Clio Trophy Portugal, João Rodrigues bateu Luís Caetano por 1m45,7s de diferença.

Terminada esta prova do Campeonato de Portugal de Ralis, a Escuderia Castelo Branco aponta agora baterias para o Rali Alitém que organiza daqui a duas semanas, nos dias 28 e 29 de Junho.